Eu hoje preciso de um baseado

Publicado: 21 de setembro de 2020 em Crônica
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O desânimo é uma poluição trazida pela onda do mar do cansaço. O desgaste físico em tempos da alta tecnologia nos faz querer que tudo aconteça na velocidade do estalar de dedos. Ninguém aguenta mais esperar, ninguém sabe mais como esperar, ninguém entende mais o tal do esperar.

Temos pressa nas nossas decisões. Não ouvimos àqueles que deveríamos ouvir. Quem tem seguidores não precisa de amigos (os reais), não precisa do conselho dos pais, das dicas da vovô ou das histórias narradas pelas tias usadas como exemplos nas mais diversas situações da vida.

Tudo acontece muito rápido, tudo muda muito rápido, todos se vão muito rápido. O esperar é um amigo invisível que todos nós deveríamos ouvir. A pressa é um inimigo, um adversário calculista, estratégico e mentiroso.

Eu hoje preciso de um baseado. Aquela fumacinha branca que dá paz, que acalma o incontrolável bater dos nervos após o ‘dia do cão’, da sensação de relaxamento… Eu hoje preciso pensar, ouvir, conversar (de verdade), respirar na delicadeza em que levo o cigarro até a boca para uma nova tragada e acompanho a fumaça dissipar.

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